sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Violência em São Paulo e presídios de papel


Sou mais um palpiteiro que um sociólogo, antropólogo ou especialista em segurança. Por isso me dou o direito de opinar sobre a situação da segurança em São Paulo, assim como do Rio de Janeiro e do resto do país...

Em São Paulo alega-se que as ordens para as mortes e ônibus partam de dentro dos presídios.

Mas como isso é possível, perguntaria um cidadão ingênuo?

O piso salarial do carcereiro é de R$1.023,00 (já com o benefício de Regime Especial de Trabalho Policial). A escolaridade exigida é o ensino médio completo. Diante desse quadro, como é possível esperar desses funcionários públicos que ajam dentro dos princípios da moral e dos bons costumes e que rejeitem suborno de criminosos em troca de favores como armas, drogas e celulares?

Deveria ser obrigatório cobrar que estes funcionários tivessem formação em Sociologia ou Filosofia e que o salário fosse de, no mínimo, R$3.000,00. Somente dessa forma reduziríamos o suborno e aumentaríamos a fiscalização do acesso dos criminosos a benefícios não autorizados.

Que a visita a presos fosse feita sem contato físico, como acontece em presídios americanos, em que há um vidro transparente separando o preso da visita e a comunicação é estabelecida por telefone. É preciso também que a legislação autorize a presença de um agente de segurança que permaneça ao lado das visitas - quer sejam elas parentes ou advogados - para evitar que as mesmas tornem-se "garotos de recados" a levar ordens dos presos para comparsas.

Que um sistema completo de monitoração existisse no presídio, e em todas as dependências, sem dar margem a zonas cegas. Que uma sala de monitoração com um mínimo de 2 seguranças fosse obrigatória e que os agentes se comunicassem por rádio com fones e, uma vez que ocorresse o registro de um delito dentro do presídio, que as imagens das câmeras fossem usadas como prova para julgamento e aumento de tempo da pena dos envolvidos.

Isso apenas dentro dos presídios... Mais difícil seria acabar com as gangues policiais e com seus esquemas internos de arrecadação ilícita de usuários de drogas, prostitutas, pequenos delinquentes, de "taxa de segurança" cobrada de comerciantes, etc.

Onde prevalece a ganância e a falta de princípios, nunca haverá piedade ou remorso. A contagem de corpos pode oscilar, mas nunca acaba. Não é interessante pra muita gente que esses esquemas acabem. E paga o cidadão que se omite de participar desses debates sob a prerrogativa de não ter relação com estas pessoas.

Enquanto você viver em sociedade, tudo diz respeito a sua vida. Participe ativamente da sua sociedade, ou vá viver numa ilha!

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