terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Em tempos de violência...

É curioso como, após anos na profissão, determinados profissionais simplesemente esquecem a importância e alcance de suas iniciativas e opiniões. Em se tratando de pessoas públicas e relacionadas a meios de comunicação de massa, o fato é ainda mais espantoso.
Recentemente, um colunista social do jornal O Globo relatou em tom leve e descontraído o fato de uma tabacaria do rio estar trabalhando com papel de seda de aromas variados, que ajudariam a dissimular o odor da maconha do ambiente...
Ele deve achar que o consumo da maconha é uma coisa que pode ser relatada num veículo de massa da mesma forma que se fala do consumo da cerveja. São coisas bastante diferentes. No aspecto científico, a cerveja não causa o mesmo grau de dependência ou de dano cerebral que a maconha. Também não causa impotência, como a erva o faz. Sob o aspecto legal, bebidas como a cerveja podem ser adquiridas em qualquer departamento comercial, havendo certo controle para evitar-se o consumo por menores de idade. A maconha só pode ser adquirida em bocas de fumo ou junto a usuários "pesados", que possuem sua própria criação da erva no fundo do quintal. O preço dessa é ainda muito superior ao de bebidas, portanto seu consumo por classes menos prestigiadas leva invariavelmente à criminalidade.
Estimular o consumo da maconha é instigar o indivíduo de forma irresponsável a utilizar um produto que está diretamente ligado ao tráfico de drogas, que por sua vez é responsável por mais de 80% dos casos de homicídios urbanos (sem contar com usuários que, na impossibilidade de sustentar o vício, passam a roubar, até dentro da própria casa, para adquirir a droga).
Parabéns, pela iniciativa, sr. Jornalista! A sociedade agradece a louvável contribuição para o quadro atual de estabilidade e progresso de nossa nação!

Para os não-iniciados: no último parágrafo, fiz uso de um recurso lingüístico conhecido como ironia...

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